A terapia de casal é uma modalidade da psicoterapia com foco em problemas conjugais. Psicólogos recebem casais de idades, origens e credos variados para tratar de impasses cuja resolução parece impossível.
Quando os casais aceitam fazer terapia de casal para solucionar um ou vários problemas do seu relacionamento, eles nem sempre sabem o que vão encontrar. Da mesma forma, as circunstâncias que levaram o casal a se encontrar com o psicólogo podem deixar os cônjuges ou um dos cônjuges na defensiva.
Fazer terapia individual já costuma ser um desafio no início devido à novidade da experiência a e a necessidade de compartilhar coisas jamais compartilhadas. A dois, o desafio pode ser maior, principalmente quando os cônjuges não estão na mesma sintonia. O casal pode iniciar o atendimento psicoterapêutico e perceber que não está encontrando os resultados desejados.
No post de hoje, separamos dicas para casais aproveitarem ao máximo a terapia de casal.
Por que procurar a terapia de casal?
O conceito do amor romântico é muito disseminado em nossa sociedade, seja em filmes, novelas e livros. Grandes atos de amor e sacrífico seguidos por breves momentos de angústia, além de um final feliz para fechar bem a história. Pode não ser o retrato exato das relações amorosas, mas certamente chama a atenção de multidões.
Sendo assim, os relacionamentos amorosos costumam ser altamente idealizados. A maioria das pessoas sonha em encontrar o parceiro ideal, alguém 100% compatível com elas. O casamento nem sempre é o objetivo final, mas a ideia de encontrar um amor verdadeiro.
Os relacionamentos na vida real são bem diferentes dos da ficção. Isso porque as histórias de amor em sua maioria estão interessadas em apenas mostrar a conquista. E a convivência diária? E as divergências de opiniões? E as obrigações conjuntas do casal? Essas questões não costumam ser retratadas.
Se uma pessoa cultiva a ideia do amor romântico em demasia, ela pode se ver paralisada diante das características que tornam os relacionamentos reais e humanos.
É comum casais encontrarem problemas na maneira como se relacionam. Divergências de comportamentos, opiniões e crenças fazem parte de qualquer tipo de relacionamento. O problema, na verdade, não é ter desentendimentos, mas não saber como lidar com eles.
A terapia de casal pode ser um excelente recurso para o casal com dificuldade para solucionar os seus problemas. Eles podem estar ligados à:
- Insegurança
- Controle
- Dependência emocional
- Cobranças incessantes
- Problemas financeiros
- Disfunções sexuais
- Ciúmes excessivo
- Infidelidade
- Opiniões diferentes para criar os filhos
- Resistência à mudança
Como aproveitar a terapia de casal?
O consultório onde é realizada a terapia de casal é um ambiente seguro e acolhedor, onde casais podem compartilhar tudo o que desejam – preocupações, angústias, medos, anseios e expectativas para o relacionamento.
O psicólogo conduz as sessões, mediando conflitos. É possível que eles irrompam mesmo na presença dele e resultem em alterações no tom de voz, acusações e declarações ásperas. O profissional também ajuda os casais a encontrarem o melhor caminho para ambos os cônjuges dentro da relação.
Mesmo sabendo disso, os casais tendem a encontrar travas durante a terapia. Às vezes, é necessário tocar em assuntos difíceis e expressar verdades indesejadas. Essa súbita saída da zona de conforto pode deixá-los desorientados. Outro problema comum surge quando um dos cônjuges vai à terapia contrariado e, por isso, possui dificuldades para se sentir à vontade e cooperar.
Para aproveitar tudo o que a terapia de casal tem a oferecer, confira as nossas dicas abaixo.
1. Escolha o psicólogo em conjunto
Quando apenas um cônjuge escolhe o psicólogo para iniciar a terapia, o outro pode se sentir excluído ou obrigado a comparecer. Ele também pode não se comprometer com as propostas da terapia. Afinal, ele pode ceder apenas para não ouvir reclamações do parceiro depois.
Do mesmo modo, o cônjuge que não participou da decisão pode sentir que o outro está trabalhando com o psicólogo contra ele.
O ideal é que essa escolha seja feita em conjunto. Ambos podem analisar as credenciais do profissional e a sua disponibilidade para ver se está de acordo com as suas rotinas. Como casais possuem trabalhos e compromissos diferentes, é preciso conversar sobre qual é o melhor dia e o horário para a terapia.
2. Seja honesto sobre os seus problemas
A honestidade é um dos pilares da terapia. Os pacientes precisam estar abertos a falar sobre si mesmos e seus problemas. O medo de ser julgado ou a vergonha por pensar e/ou agir de uma determinada maneira pode aflorar e criar uma barreira. Entretanto, com o passar das sessões, os pacientes costumam ficar mais confortáveis.
A honestidade é importante para que o psicólogo consiga genuinamente compreender as personalidades e anseios de cada cônjuge, além de entender as nuances de seus problemas conjugais. Caso contrário, a terapia acaba se tornando superficial.
3. Não jogue o jogo da culpabilização
Devemos assumir a responsabilidade por nossas ações, mas não alimentar a culpa a ponto de incentivarmos a estagnação. A culpa, ao contrário do que muitos pensam, não nos ajuda a resolver os nossos problemas. Ela nos paralisa e promove a vontade de se punir por ter agido de maneira considerada inapropriada.
Durante a terapia de casal, a culpa não possui utilidade. Casais que atiram “você é o culpado disso” para lá e para cá não encontram um terreno comum na relação e, ainda, instigam mais brigas.
Então, não caía no jogo da culpabilização! Permita-se revisitar questões antigas e problemas que normalmente lhe tiram do sério com seriedade, mas também com leveza. Além disso, escute o seu cônjuge com sinceridade.
4. Não fique na defensiva
Os Psicólogos
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A EQUIPE DE PSICÓLOGOS
Começar qualquer tipo de terapia pode fazer com que as pessoas entrem na defensiva. Entre os muitos objetivos do atendimento psicoterapêutico, está a superação de características negativas, as quais nem sempre estão evidentes para os pacientes.
Os conflitos constantes em um relacionamento podem ser motivados por problemas mal resolvidos de um dos cônjuges ou de ambos, ou de comportamentos adquiridos para atuarem como mecanismo de defesa. Na terapia, é possível chegar à raiz dessas questões e promover mudanças.
O caminho até lá, no entanto, pode ser um tanto desagradável. É preciso encarar os seus defeitos e erros de frente. Quando se está na defensiva, nada disso é possível. Pode ser ruim por alguns instantes, mas identificar e compreender os pontos negativos em si mesmo é essencial para promover mudanças e, consequentemente, ter uma vida mais leve!
5. Saiba os seus objetivos
É muito comum os casais decidirem “vamos fazer terapia” quando o relacionamento não vai muito bem. Embora saibam o que causa irritação, dúvidas e tristeza dentro da relação, eles não possuem objetivos específicos. Chegam ao consultório do psicólogo e despejam uma montanha de problemas no profissional de uma única vez.
Ter objetivos específicos ajuda os casais a terem uma direção nas sessões de terapia, além de motivação para continuar a terapia mesmo quando assuntos delicados são discutidos. Assim, é legal casais definirem o que desejam tratar com o psicólogo no início da terapia.
6. Fale as coisas importantes
Como Escolher seu Psicólogo
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COMO ESCOLHER O SEU PSICÓLOGO
Cada casal possui uma dinâmica única devido às suas personalidades, crenças e modos de criação igualmente únicos. Logo, as ‘coisas importantes’ que precisam ser faladas em voz alta também são distintas.
Mas o que seriam elas?
Algumas pessoas desejam expressar ou ouvir certos sentimentos para se sentirem seguras, validadas ou amadas. Por exemplo, ‘estou orgulhoso de você’, ‘eu me preocupo com você’, ‘eu não quero mais ninguém’ e outras frases. A terapia é o local perfeito para você falar o que sempre quis dizer ao seu cônjuge, mas tinha temor ou vergonha de fazê-lo.
Não guarde o que você considera importante dentro de si. Pode não haver outras oportunidades para você expressar seus sentimentos e, quando perceber, pode ser tarde demais para falar o que sempre esteve em seu coração.
7. Esteja aberto às mudanças
A terapia de casal consequentemente acarreta mudanças. Mudanças de pensamento, de comportamento, de hábitos e de crenças. Para algumas pessoas, apenas a possibilidade de mudar é assustadora, principalmente quando envolve outras pessoas. Se este é o seu caso, converse com o psicólogo sobre isso.
As mudanças são benéficas (e necessárias) para os relacionamentos amorosos. A monotonia e a insistência em perpetuar os comportamentos disfuncionais são alguns dos venenos que acabam com as relações. Assim, esteja aberto às mudanças!
Se tiver medo de mudar, expresse as suas inseguranças ao seu cônjuge para que ambos, em conjunto, possam encontrar jeitos de lidar com isso.
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