sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

TDAH na universidade: como melhorar a relação com os estudos

TDAH na universidade: como melhorar a relação com os estudos

Conviver com o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na universidade apresenta desafios únicos para os universitários.

A graduação superior é um momento importante para os jovens. Para alguns, é um momento esperado com antecipação. Além dos estudos, os jovens anseiam pela liberdade, novos amigos e romances, experiências da vida adulta e independência.

O TDAH pode interferir nessas novas vivências, podendo ser muito ou pouco dependendo do grau dessa condição. Mas, com os recursos adequados, estudantes podem ter uma experiência enriquecedora e melhorar a relação com os estudos.

Como o TDAH afeta os estudos?

Os sintomas do TDAH podem frustrar os universitários tanto em relação aos estudos quanto às tarefas da vida cotidiana. Eles são mais propensos a tirar notas baixas em provas e trabalhos, ter dificuldade para cumprir prazos, não comparecer às aulas e outras atividades e, em casos graves, abandonar o curso.

O TDAH afeta a capacidade de concentração, planejamento e organização pessoal. Logo, o indivíduo com deficit de atenção tende a se esquecer de compromissos e objetos importantes, como carteira e chaves do carro, em ambientes.

Em contrapartida, ele pode se sair muito bem nas aulas! Prestar atenção nas palavras do professor pode não ser nada demais e suas notas podem ser as melhores da turma por conta disso. Entretanto, a dificuldade para se organizar acaba afetando outras áreas da sua vida. 

O estresse é outro ponto significativo. O indivíduo com TDAH é mais sensível a situações estressantes. Assim, prazos despertam inquietação mesmo que estejam a semanas de distância. Quando ele fica frustrado, irritado ou sobrecarregado, pode recorrer a meios pouco produtivos de aliviar esses sentimentos.

A experiência na universidade por si só pode provocar estresse e ansiedade.

Além de precisarem entregar trabalhos e artigos no prazo e estudar para provas bimestrais, os jovens têm contato com uma diversidade de vivências novas. O estágio, os relacionamentos interpessoais, as pressões para iniciar uma carreira e a súbita independência podem provocar desconforto emocional de vez em quando.

Tudo isso faz parte dessa fase da vida. Os momentos bons, como saídas com amigos, festas, namoros e aprendizados valiosos, equilibram os prós e contras. Todavia, o indivíduo com TDAH costuma encontrar dificuldades para ter essa percepção.

Dicas para lidar com o TDAH na universidade

Conviver com o TDAH na universidade é de fato desafiador, mas não precisa ser tão ruim quanto fazem parecer. Com tratamento adequado e hábitos saudáveis, os estudantes com TDAH podem superar obstáculos e aproveitar ao máximo essa nova fase de suas vidas.

Entre as dicas que consideramos úteis para estudantes com TDAH estão:

1.     Tenha uma rotina consistente

Ter horários consistentes para dormir, levantar e fazer atividades ao longo do dia é uma das maneiras mais eficientes de prevenir atrasos e esquecimentos.

Para não perderem a hora de manhã, indivíduos com TDAH podem programar despertadores (mais de um para garantir!) e colocá-los em um local distante da cama. Assim, resistirão a tentação de acionar o botão da soneca.

Deixar roupas e materiais preparados para a manhã seguinte é outro jeito de poupar tempo. Você também pode deixar o seu café da manhã semipreparado, como colocar alimentos e o necessário para preparar o café em cima da mesa.

Enquanto prossegue com a sua rotina matinal, você pode utilizar músicas para calcular o tempo. Por exemplo, prepare uma playlist de 20 minutos para saber quando deve sair de casa para chegar a tempo nas aulas ou no trabalho. O mesmo pode ser feito com aplicativos de lembretes no celular e despertadores.

2.     Controle a vontade de procrastinar

A procrastinação é um dos maiores desafios de quem tem TDAH.

A vontade de deixar tudo para a última hora ou de evitar o que parece ser complicado no momento pode reduzir as suas notas. Consequentemente, o estudante pode se chatear com as suas supostas incapacidades e adentrar um ciclo de procrastinação, estresse e frustração.

Uma das formas de administrar a procrastinação é “planejá-la”. Por exemplo, você tem um trabalho para entregar na próxima semana. Comece pensando sobre o tema e fazendo a pesquisa. Ah! Deu vontade de procrastinar para assistir uma série. Assista dois episódios, e retorne ao trabalho.

Você vai perceber que fazer o que você gostaria de evitar na verdade não é tão ruim quanto seus pensamentos ansiosos fazem parecer. Ao balancear o lazer e o trabalho, você aumenta a sua produtividade e diminui o estresse de precisar cumprir um prazo apertado.

3.     Estude com eficiência

Como assim estudar com eficiência?

Às vezes, as pessoas pensam que estudar por muitas horas seguidas é a melhor maneira de absorver conteúdo. Enquanto isso pode ser verdade para alguns, pode ser desgastante para outros.

Além disso, estudar não precisar ser somente ler o conteúdo de livros didáticos e fazer resumos no caderno ou em um documento do Word. Você pode utilizar vários métodos de estudo para reter informação, assim como é feito em cursinhos pré-vestibular ou nos voltados para concursos públicos.

Por exemplo:

Os Psicólogos

Conheça a equipe de psicólogos do nosso consultório. Confira o perfil e área de atuação de cada profissional.

A EQUIPE DE PSICÓLOGOS

  • Destaque conteúdos com marca-textos de cores distintas de acordo com a sua relevância;
  • Experimente fazer desenhos em vez de escrever;
  • Grave lembretes em seu celular para ouvir enquanto estiver indo para a aula, almoçando ou se exercitando;
  • Explique o conteúdo para si mesmo em suas palavras, como se estivesse dando uma aula para si mesmo;
  • Leia o conteúdo em voz alta; e
  • Trabalhe com um parceiro de estudo.

Encontre os métodos de estudo que funcionam para você e os utilize para ter sessões de estudo mais eficientes. 

4.     Planeje os seus dias

Sente-se e planeja o seu dia. Planejar a semana pode causar uma sensação de sobrecarga de compromissos, então é aconselhado planejar cada dia ao acordar. Quando o fim de semana chegar, planeje também as suas atividades de lazer para aproveitar bem o tempo livre.

Adicione obrigações novas e remova as antigas ou mude-as de dia conforme a necessidade. Imprevistos podem ocorrer e mudar completamente os seus planos, e está tudo bem. Faça as correções necessárias em seu planejamento para encontrar tempo de concluir as atividades mais importantes.

Outra dica é não se apegar demasiadamente aos seus planos. Seja flexível e não se culpe caso não tenha tido tempo para fazer tudo. O planejamento é um excelente guia para você aprender a utilizar melhor o seu tempo com sabedoria, não uma obrigação.

5.     Consulte um psicólogo

Lidar com os sintomas do TDAH sozinho pode facilmente conduzir ao esgotamento psicológico. O estresse, a falta de planejamento e a desatenção, misturadas às expectativas sobre a faculdade e a futura carreira profissional, podem ser difíceis de administrar de uma única vez.

Assim, o acompanhamento psicológico é normalmente recomendado para quem tem essa condição.

As orientações e apoio emocional de um psicólogo ajudam o paciente com TDAH a consolidar e manter hábitos bons para sua saúde física e mental, além de lidar com situações que despertam estresse extremo.

Para que a terapia dê certo, contudo, é preciso comparecer às consultas. O apoio de familiares, amigos e cônjuge pode ser necessário para o indivíduo com TDAH levar o tratamento a sério.

Em certos casos, medicamentos psiquiátricos podem ser necessários para controlar os sintomas da condição. O psicólogo pode fazer a recomendação ao psiquiatra ou o paciente pode buscar um médico de sua confiança para fazer uma consulta.

Da mesma forma, os medicamentos devem ser administrados adequadamente para que o efeito desejado aconteça.

6.     Defina as suas prioridades

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COMO ESCOLHER O SEU PSICÓLOGO

Como a ansiedade é muito presente no TDAH, indivíduos podem mudar de ideia constantemente. Avaliam uma situação e decidem uma coisa, mas, depois, percebem que deixaram passar certos elementos e mudam a sua decisão.

Para evitar essa inconstância, defina prioridades para a sua vida.

É pouco provável que uma decisão simples cause as reações catastróficas que você imagina e, mesmo se isso acontecer, saiba que existe uma solução para tudo. Não veja consequências negativas como o fim do mundo.

As suas prioridades devem estar alinhadas com os seus estudos, considerando que você se encontra na fase de estudar, certo? Tome decisões que lhe ajudem a enriquecer sua experiência universitária e de vida, mas não atrapalhem os seus estudos.

Dê prioridade também para a sua saúde mental. Diversifique os seus dias com atividades sociais, como aulas extracurriculares interessantes, cursos de fim de semana, encontros com amigos e participação em eventos da faculdade e/ou da cidade.

Pode não parecer, mas esses momentos de descontração são imperativos para a manutenção do bem-estar emocional e alívio do estresse.

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