Rio Doce: Grupo de amigos cria jogo “Rio de Lama” para manter viva memória do desastre de Mariana.
Por Jéssica Mayara
O rompimento da barragem de contenção de rejeitos do Fundão, em Mariana-MG, está prestes a completar seis anos no próximo mês de novembro. A lama vazada se perpetuou como o maior desastre ambiental de todos os tempos no Brasil. Tamanha tragédia que varreu vilarejos, matou pessoas, e atravessou os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, se transformou numa grande mancha de lama que impactou a biodiversidade de uma das mais importantes bacias hidrográficas do país que incorpora 184 municípios. O Rio Doce teve dos seus 853 km, 600 km atingidos pelos rejeitos, chegando até o seu desaguamento no oceano Atlântico.
Em 2016, alguns meses após o desastre em Mariana, o designer gráfico, programador e mestre em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes , Felipe Mattar se juntou com alguns amigos/ sócios, dentre eles, Huemerson Leal e Rapahael Gaspar, para criar um jogo, mas que até então não tinha sido desenvolvido. Foi com o lançamento da Lei Aldir Blanc, que o grupo viu a oportunidade de resgatar as ideias antes pensadas e propor sua realização. Assim, nasceu o jogo Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce, que tem a proposta de dar visibilidade e manter viva a memória do ocorrido, a fim de não cair no esquecimento e possa contribuir de alguma forma para que não ocorra novamente. “O projeto se propõe de uma forma indireta e ficcional, utilizando dos acontecimentos reais como inspiração para o contexto geral do universo do game”, explica Felipe Mattar.
Já disponível em digital 2D no mobile para o Android, e na versão de computador para o Windows, Linux e Mac, o Rio de Lama é um jogo que leva uma mensagem que não só retrata a realidade do Rio Doce, conforme explica Mattar. “A ideia é da mensagem que quero transmitir com o jogo é de todos os rios do planeta que sofrem pela má-conduta de pessoas e empresas que se utilizam do meio ambiente de maneira irresponsável necessitam de nosso cuidado e de nosso respeito”, enfatiza.
Vamos ao jogo?
Felipe conta que em “Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce”, também disponível em inglês: “Mud River: The Sweey River Rescue”, o jogador controla uma nave espacial com objetivo de destruir os inimigos em fases que precisam ser desbloqueadas. Basicamente, a missão contará com duas armas principais com munição infinita e mais três armas secundárias que podem ser usadas com a quantidade de esferas de energia que o jogador conseguir coletar.
“A história do jogo consiste que há milhares de anos, ‘Pacal, o grande’ abandonou o Planeta Terra com a sua espaçonave para fugir de um dilúvio. No entanto, ele volta para cá em busca de artefatos preciosos que ficaram escondidos na América. Acontece que antigos templos sagrados se transformaram em hostis indústrias poluidoras comandadas pelo ambicioso e de poder absoluto, Dr. Welin”, conta.
Felipe Mattar explica que o seu personagem Pacal se enfurece com a profanação dos locais sagrados e com a destruição do meio-ambiente e aciona reforço com uma inteligência artificial conhecida como Zacharias. “No jogo, o Rio Doce era um paraíso para a humanidade e para os animais, mas como se tornou um território destruído por atividades inescrupulosas do Dr. Wellin, o objetivo do Pacal é impedir a destruição completa do rio tomado pela lama. Tem muita emoção e desafios para poder concluir estes desafios”, revela o desenvolvedor que ainda adianta: “É preciso passar por trilhos de fogo, afim de conquistar a relíquia sagrada e salvar o Rio Doce”, conclui.
Todo o trabalho para a concepção e o lançamento do game, além de Felipe Mattar, teve ainda o suporte de um time de profissionais, dentre eles, Ana Clara Gouvêa Calmon (Designer Gráfico), Huemerson Leal Cota (Ilustrador e efeitos especiais), Fernando Boechat (trilha sonora) e Raphael Gaspar (autor do enredo, redator e produtor executivo).
O “Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce” é uma produção da distribuidora Rocpain Games, que tem o apoio do Instituto Últimos Refúgios para a conservação ambiental, Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, e desenvolvido com os fundos da Lei Aldir Blanc de apoio à cultura.
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