A Sexologia humana é um campo um tanto quanto desafiador, mesmo nos dias atuais.
Falar sobre sexo é algo muito difícil, por mais que tenhamos um pouco mais de abertura. A sociedade, mesmo em pleno século 21, ainda enxerga o assunto como um tabu, e quem fala muito sobre isso acaba ficando com a fama de pervertida.
Sim, é verdade, e você, assim como eu, sabe que não estou exagerando. Ainda há muito preconceito envolvendo o assunto, e quando a questão sexo e psicoterapia se misturam, o problema fica ainda maior.
Afinal de contas, quem quer assumir que precisa de ajuda psicológica para superar um problema? E quando esse trauma se relaciona aos relacionamentos sexuais? Tudo fica ainda mais complicado. Muitas de minhas pacientes que atendo aqui na Terapia Sexual Online são um retrato vivo disso.
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Seja por medo ou vergonha de como serão interpretadas por parentes ou mesmo por seus parceiros, muitas não dizem que estão se consultando com uma terapeuta sexual. Há também muito desconhecimento em torno desse campo.
A maioria das pessoas não sabe do que se trata, não compreende o que é a sexologia humana e como essa área pode ajudar pessoas com problemas a lidar com seus fantasmas e viver a sua vida de forma plena, deixando os medos de lado.
Por isso, eu decidi contar um pouco a vocês sobre a área em que atuo, e como ela pode lhe ajudar a ter uma vida melhor, e colocar um ponto final em todos os tabus que a rodeiam.
O que é a sexologia humana
Para começar, que tal falarmos sobre o que é essa tal sexologia humana? O nome é estranho, mas a explicação é muito simples: se trata do estudo da psicologia humana e de suas manifestações na área do sexo.
O que isso quer dizer? Que essa área estuda tudo o que se relaciona a sexualidade. Em minha formação, estudei sobre o desenvolvimento sexual, comportamento sexual e o apego emocional, além de entender tudo isso sob diferentes aspectos, como o fisiológico, os psicológicos, sociais e também os culturais.
Embora esse estudo seja muito antigo e tenha nascido com os gregos, que começaram a tentar entender os mistérios de nossa alma, o estudo da sexologia humana ganhou força a partir do século XIX, quando foram lançados livros sobre o tema e o estudo foi melhor desenvolvido.
Inicialmente, a sexologia humana começou estudando a reprodução e saúde sexual. Posteriormente, a disciplina se voltou a temas, digamos, mais atuais, como os estudos do amor, das emoções sexuais, das relações humanas, da função e do prazer sexual e da satisfação, alguns dos temas que fazem parte de nosso dia a e dia e que, muitas vezes, são a origem de questionamentos e até mesmo de alguns traumas que influenciam a vivência plena de nossa sexualidade.
O papel do sexólogo
O surgimento da sexologia humana colocou em evidência um profissional que muitas pessoas não entendem (Eu mesma sou uma prova disso, considerando as muitas vezes em que tenho de explicar como funciona meu trabalho): o sexólogo.
Ao contrário do que alguns possam imaginar, o sexólogo faz um trabalho semelhante ao do psicólogo, ao se utilizar de ferramentas para encontrar soluções que coloquem fim à dificuldades sexuais que causam um distúrbio ou mesmo impedem a relação sexual plena.
Tanto que, quando uma de minhas pacientes me pergunta por que ela deve continuar frequentando as sessões, eu costumo dizer que a terapia sexual é uma grande aliada da vida sexual plena, já que ela ajuda a resolver problemas que prejudicariam não apenas as relações íntimas, mas que poderiam minar também o relacionamento como um todo.
Aliás, como terapeuta sexual, é comum atender mulheres que se queixam de problemas como dificuldade para atingir o orgasmo, dor na hora da relação sexual e até mesmo falta de desejo. Para que possa fornecer um diagnóstico completo, é comum que eu peça que a paciente faça uma consulta médica antes, para que possamos descartar qualquer causa orgânica para os problemas relatados.
Como funciona uma sessão de terapia sexual
Uma pergunta que eu costumo responder muito, principalmente daquelas que tem sua primeira sessão, é como funciona a terapia sexual. Tudo o que envolve sexo desperta dúvidas e curiosidade, e com a terapia não poderia ser diferente.
Ao contrário do que as mentes mais férteis possam imaginar, durante uma sessão de terapia sexual ninguém tira a roupa e sai se “atracando” por aí, ou mesmo se tocando na frente do médico.
Aliás, uma sessão de terapia sexual é bastante similar a de uma terapia, digamos, convencional, já que ela envolve muita conversa. Aliás, eu procuro conversar sobre quase tudo que esteja relacionada com a queixa do paciente.
Antes de tudo, tenho Pós Graduação em Sexualidade e psicologia, por isso me interessa entender a história daquele problema, como ele impacta a vida daquela paciente. Desta forma, eu consigo avaliar melhor a questão e intervir, esclarecendo o problema, desafiando a paciente a buscar uma solução ou, ainda, dando sugestões de como enfrentar a questão.
Assim como nas terapias convencionais, durante minhas sessões eu dou tarefas aos meus pacientes, que devem ser executadas depois e que, nos retornos, nós discutimos juntos as conclusões a que esses pacientes chegaram e quais dificuldades enfrentaram ao longo de todo o processo.
Durante as conversas, procuro observar tudo o que a paciente me conta para que possa identificar o que pode não ser exatamente verdade ou o que pode ser algo criado por aquela pessoa e que está influenciando negativamente em sua sexualidade.
O que um sexólogo trata?
Os profissionais e, sexualidade humana tem como objetivo tratar os Transtornos Sexuais tanto masculinos quanto femininos, esses transtornos fazem parte do cliclo de resposta sexual que é composto por 4 fases, que são: Desejo, Excitação, Orgasmo e Resolução.
Conheça abaixo os Transtornos Sexuais mais comuns:
- Disfunção Erétil Psicológica;
- Ejaculação Precoce;
- Ejaculação Retardada;
- Transtorno de Desejo;
- Anorgasmia;
- Vício em Pornografia;
- Parafilias;
- Voyeurismo;
- Vaginismo;
- Outros transtornos.
Caráter educativo
O que alguns desconhecem é que a terapia sexual também pode ter um caráter educativo, ajudando homens e mulheres a encarar seus medos e vivenciar plenamente sua sexualidade.
Esse caráter pode ser empregado também com o casal. Assim como na terapia convencional, também faço o aconselhamento de casais na esfera sexual, auxiliando o par a superar suas diferenças e a vivenciar a relação de forma mais proveitosa, deixando os conflitos que possam existir fora das quatro paredes do quarto.
Acima de tudo, essa profissão vem para trazer autoconhecimento, seja cognitivo e também autoconhecimento do corpo, saber como funciona a resposta sexual e como podemos vivenciar isso de maneira saudável.
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O sexo, infelizmente, ainda é algo visto como um tabu, que não deve ser discutido. Muitos de nós, ainda não falamos sobre isso. Mas, ao fingirmos que os problemas não existem, apenas causamos mais sofrimentos a nós e aos outros. Por isso a sexologia humana é tão importante.
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